Zeca E Tonha para Sempre!
Lembro como se fosse hoje o dia em que fui buscar o Zeca, ele era o maior da ninhada e o mais bonito, chamou a minha atenção e então era ele mesmo que eu queria, no caminho dentro do carro já começou com manha até em casa, meus pais quiseram me matar, mas tudo bem, sempre tive opinião formada e dali ele não sairia jamais, mas, com o decorrer do tempo vieram os aborrecimentos causados pelo Zeca, não para mim, mas para os meus pais, até porque eu acho normal jovens cães aprontarem, mas o Zeca ultrapassava todos os limites, arrancava folha de palmeira, buracos os maiores e em todos os lugares, roia e carregava tudo, sem contar no dia em que ele comeu 10kg de ração de galinha poedeira, ficou 2 meses com diarréia, até castramos ele mas nada adiantou.
Devido a esses aborrecimentos, a pressão para eu me livrar dele era grande, mas eu sempre bati o pé e disse que não, teve um dia em que resolvi doá-lo , mas a pessoa até hoje não veio buscá-lo. Graças a Deus!! Mas a coisa ficou feia pro Zeca pois meus pais resolveram deixá-lo preso no canil, até porque se soltasse era como se tivesse passado um furacão no quintal.
No dia em que sai de casa para morar com a Lilian, uma das primeiras exigências dos meus pais foi que eu levasse o Zeca, e assim eu fiz, fomos morar numa casinha velha La em Gaspar, no primeiro dia o Zeca ficou amarrado, mas depois soltamos e nunca mais ficou preso, aprontou também, mas muito pouco, se torno se não um ótimo, mas o melhor cão do mundo, mas, até hoje não sabemos o porque, ele passou a comer as sua próprias fezes, o veterinário disse que era porque ele se sentia sozinho e que precisava de um cão de companhia, para resolver, adotei o Lótus, um dobermann muito folgado, mas um bom cão, e ai o pensa na farra que os 2 faziam, era só alegria, e muitos buracos e destruição, mas fazia parte, nunca dei muita bola, até porque o Zeca era um cão de caça, um Braco alemão que não podia ouvir um estouro de bombinha que invadia a casa e ficava nu canto se tremendo todo, tadinho, quantas vezes coloquei ele arrastado pra fora, que saudade, mas enfim, esse era um dos defeitos do bravo Zeca, hehehe
Ficamos morando 2 meses naquela casa velha, e então resolvemos nos mudar, na casa nova eu tinha uma bela de uma horta em pequenos vasos, no primeiro dia que estávamos na nova casa velha, eles destruíram tudo, e eu numa atitude brava, mandei o Lótus embora, doei ele a um casal de amigos que avia perdido seu cão.
Ai a vida do Zeca ficou de boa pra ótima, pois estava sozinho com a gente e estava a vontade, entrava e sai de dentro de casa quando queria, mas ficava o dia todo sozinho, resolvemos então adquirir mais um cachorro, foi quando a Tonha entrou na nossa vida, uma dogue alemão muito querida e linda, foi ai que formou-se uma dupla infalível e perfeita.
Vou falar um pouco da Tonha, a mais querida e aprontadora dogue alemão que existiu, mas ele chegou pra gente com 6 meses e com uma doença que até então não conhecíamos chamada sarna demodécica, uma doença genética que é transmitida do mãe pra filho, e com um problema nos 2 olhos chamado glândula da terceira pálpebra, resumindo, ela ficou muito mal e eu, muito do esperto quis levar no veterinário mais barato, pra que né, levei num que disse que seria necessário fazer uma cirurgia e retirar as 2 glândulas, eu muito burro, aceitei, mas isso causou outro problema, a falta de lágrimas, ai apareceu a sarna demodécica que quase matou a Tonha, teve veterinário que de imediato disse que ela iria morrer, mas não desisti, e ai foi quando conheci o pessoal do HVSC, a Dra. Tatiana e o Dr. Cláudio, ele que salvaram a Tonha com o melhor dos tratamentos, claro, ela passou uma temporada lá e teve semanas em que eu deixava ela de manhã no hospital e pegava de noite, mas o incrível e o mais engraçado é que de manhã quando eu chegava pra deixar a Tonha , eles não falavam bom dia pra mim primeiro, primeiro era o animal, então eles vinham com um sonoro, - Bom dia Antônia!! Esse era o nome que estava no pedigree dela, mas ele foram verdadeiros anjos e salvaram a Tonha, que ficou tão bem, mesmo depois de ter passado por 2 cirurgias, que foi solicitada várias vezes pra doar sangue, ela e o manhoso do Zeca, que chorava um monte na hora de colocar a agulha.
Nossa vida passou a ser ótima, eu, Lilian, Zeca e Tonha, nossa rotina era em função dos cães que tomavam banho todos os sábados, e ai era o único momento da semana em que conseguíamos manter os 2 calmos, porque depois do banho era só dormir, era o que eles queria, claro, porque no restante da semana era detonação, meu carro eu perdi as contas de quantas vezes mandei polir por causa dos arranhões, os espelhos dos carros foram roídos por eles, o jardim parecia um campo minado de tanto buraco, mas que saudade disso tudo, muitas vezes era o Zeca que aprontava e incriminava a Tonha, era de chorar de rir quando eles resolviam brincar de pega-pega, não sobrava nem brita no chão e nem nada de pé, que saudade.
Passou-se um tempo e conseguimos comprar nossa casa, e minha única exigência era um espaço adequado para eles, pois é, mas isso demorou um pouco e eu acabei me afastando me afastando um pouco deles em virtude da obra, mas, nada acontece por acaso, a Tonha e o Zeca eram tão ótimos cães que Deus resolve ter eles no seu lado, e não sebes como , eles resolveram partir , saíram de casa sozinhos, coisa que nunca fizeram antes sozinhos, acabaram sendo atropelados e se foram, chorei e choro muito até hoje, Deus nos deu outros 3 tesouros, a Meg, a Branca, e a Pandora, mas a saudade que sinto do Zeca e da Tonha será para sempre.
Obrigado Tonha e Zeca por terem feito parte da minha vida!!!
Como eu queria que vocês estivessem aqui arranhando carro, roendo espelho, fazendo buraco, estraçalhado chinelos e panos, enfim, daria tudo para ter vocês de volta.
Saudade do meu carro todo babado porque o Zeca e a Tonha gostavam de andar com a cabeça de fora pegando vento, saudade das noites em que não dormia porque latiam a noite toda, saudade de tudo que fosses faziam somente porque eram cães perfeitos.
Sei que estão sentados do ladinho de Deus, então fiquem com ele.
Elton Rengel